quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Aos amigos...

Tchê, numa dessas tardes em que o sol tava se indo embora, e eu no meu matear solito, comecei a pensar. Estamos botando mais uma marca na existência da vida. Então decidi que deveria mandar uma tropilha de palavras pra ti, assim, poderia dividir com meus amigos, esses devaneios de saudades desse tempo que já se foi, pois já estamos no fim dessa etapa chamada de dois mil e sete. Nisso me lembrei dessa tal de INTERNETE, achei que seria fácil, era só camperiar por alguns SITES e já de pronto acharia o que estava por campear. Me deparei com muita coisa da buena, mas nada daquilo que eu queria te dizer, pois descobri que não havia ali as palavras puras que minha xucra alma sente para falar contigo. Por isso vivente te digo,com esse meu jeitão rude,que fiz tudo que pudepra te dizer o que minha alma sente, queria ter te encontrado todos os dias, ter te dito, buenos dias, buenas tarde, buenas noite e tudo mais,mas, talvez nos vimos tão depressa, no afazer das nossas tarefasque nem isso aconteceu, pois o ano recém nasceu,e já está para acabar.Mas peço ao Tropeiro do Universo,sim, Ele que tudo pode,que nos traga sentimentos nobres,de amor e amizade.Que tenhas lembranças boas,por tudo que te aconteceu.Que o Menino que nesta data nasceu,nos ilumine todos os dias.Que renasça a alegria,para quem à perdeu.Que se acaso não te aconteceu,tudo aquilo que queria, que não percas a alegria,o entusiasmo e a coragem,a vida é uma viagem, mas é nós que escolhemos o caminho.Espere mais um pouquinho,e tudo vai acontecer.Um novo ano vai nascer,deposite nele tua esperança.Quem espera sempre alcança,diz o velho ditado.Então, te desejo parceiro(a),junto com tua gente,um Novo Ano maravilhoso, de conquistas, alegrias e realizações.Mas para que tudo aconteça, antes,se estrive na proteção do céu,agradecendo ao Pai Soberano,pois assim a cada ano,será feliz o teu viver, e em cada amanhecer,Será como um NOVO ANO !!!! Feliz Natal!!! E um baaaaaaaita 2008!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Leminski

parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce me nasce
uma rosa na face
parem eu confesso
sou poeta só meu amor é meu deus
eu sou o seu profeta

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas

podem ficar com a realidade
esse baixo astral em que tudo entra pelo cano
eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta minha adolescência
vou largar da vida louca e terminar minha livre docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidadesde virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

de ouvido
di vi
di do
entre o ver
& o vidro
du vi do

Amor, então, também acaba
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Vou-me embora pra Pasárgada

de Manuel Bandeira

Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei

Vou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconseqüenteQue Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que nunca tive

E como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rioMando chamar a mãe-d'águaPra me contar as históriasQue no tempo de eu meninoRosa vinha me contarVou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorar

E quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar— Lá sou amigo do rei —Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada.

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90