segunda-feira, 3 de março de 2008

Aos meus alunos de jornalismo político - 2...

Outro texto interessantíssimo, pertinente às pautas já discutidas em sala de aula.
Boa leitura!

Que tipo de “experiência”?
por Thomas Sowell em 28 de fevereiro de 2008
Resumo: John McCain e Hillary Clinton estão na cena política há décadas. Mas, o que exatamente eles fizeram – e o que o país ganhou com isso? © 2008 MidiaSemMascara.org

Os dois principais candidatos de ambos os partidos – isto é, Hillary Clinton e John McCain – estão fazendo da “experiência” o centro de seus discursos. Mas que tipo de “experiência”?Ambos estão na cena política há décadas. Mas, o que exatamente eles fizeram – e o que o país ganhou com isso?Seja em Arkansas, seja em Washington, Hillary Clinton passou décadas se aproveitando da influência política de seu marido para ganhar dinheiro e poder. Como isso beneficia alguém, exceto os Clintons?Para aqueles de memória curta, vão à Internet e procurem por “Whitewater”, os arquivos confidenciais do FBI sobre centenas de políticos republicanos que de alguma forma – ninguém aparentemente sabe como – acabaram ilegalmente na Casa Branca de Clinton.Procurem pela venda de tecnologia à China, que pode capacitá-la a, mais precisamente, atingir cidades americanas com seus mísseis nucleares. E, então, procurem pelo dinheiro que acabou na conta dos Clintons por canais obscuros.Procurem por cada um dos procuradores federais que Bill Clinton demitiu por todo o país, o que, é claro, incluiu aqueles que o estavam investigando por suspeita de corrupção, quando governador do Arkansas.Pode estar ultrapassado se falar de caráter e integridade, mas isso pode ter mais a ver com o destino desta nação do que “experiência” em participar de jogos políticos. Mais especificamente, presidentes dos EUA para os quais faltaram caráter e integridade infligiram danos permanentes ao cargo e à nação.O país nunca acreditou em presidentes com tanta intensidade depois que Lyndon Johnson e Richard Nixon traíram essa confiança. Confiança, tal como outras características e poderes presidenciais, não é um simples benefício de quem ocupa o cargo.A nação como um todo é mais forte quanto pode confiar em seu presidente que, afinal, tem um conhecimento muito mais vasto dos problemas e ameaças internas e externas.Seria difícil encontrar duas pessoas com menor confiabilidade do que os Clintons ou com um rastro tão longo de lama e frouxidão moral.O senador John McCain está também se gabando de sua “experiência”, tanto em política quanto na área militar.A história política do senador McCain é repleta de zig-zags resumidos na palavra “maverick” [não-convencional, excêntrico]. Essa é uma forma de dizer que não se sabe o que ele fará da próxima vez, exceto que será do interesse de John McCain.Aproveite que você está na Internet procurando por informações sobre os Clintons e procure também informações sobre John McCain, incluindo Keating Five, as propostas de lei de McCain-Feingold e de McCain-Kennedy.A carta na manga do senador McCain é sua experiência militar. Alguns dizem que sua experiência militar é especialmente importante, pois estamos enfrentando a ameaça de terroristas. Mas será?O serviço militar prestado por John McCain é heróico e honroso. Mas não vamos confundir isso com experiência relevante para ser presidente dos EUA.John McCain foi um piloto da Marinha, um trabalho importante e exigente. Mas ser um piloto da Marinha não é o mesmo que ser Patton ou Eisenhower.Um piloto da Marinha não estabelece a estratégia das batalhas, muito menos uma estratégia militar global, que o presidente deve supervisionar, com a ajuda de experientes generais e almirantes.Franklin D. Roosevelt foi subsecretário da Marinha na I Guerra Mundial. Mas ele confiou no general George C. Marshall para a estratégia militar na II Guerra Mundial.Vamos dar crédito a McCain onde ele merece: ele apoiou a “investida” ao Iraque, que recuperou uma situação em deterioração. Mas isso também fez George W. Bush, que nunca se gabou de sua experiência militar, e Dick Cheney, que nunca a teve.A interpretação mais caridosa da constante referência do senador McCain a sua experiência militar é que ele está simplesmente usando-a para obter vantagens políticas.Seria verdadeiramente perigoso se McCain realmente se considerasse um expert militar que poderia então ignorar, como presidente dos EUA, o conselho de experts militares reais.Um homem como McCain, com a história de ser cabeça-dura e franco-atirador, é a última pessoa que precisamos para presidente, numa era de complexas ameaças globais, incluindo-se terroristas que, dentro de alguns anos, podem ter acesso a armas nucleares.
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo.
* publicado por midiasemmascara.com.br

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