Nada de novo falar sobre a importância das contribuições indígenas e negras na formação étnica e cultural brasileiras. Acredito que a novidade esteja na estratégia utilizada pelo Governo para fomentar essa idéia: publicada no Diário Oficial da União esta semana, alteração na Lei de Diretrizes Básicas (LDB) do ensino fundamental e médio cria a obrigatoriedade do estudo sobre a história dos povos indígenas e negros e suas contribuições à cultura brasileira.
Na primeira tentativa de promover a igualdade racial, o mesmo governo implica vertical e arbitrariamente sobre as Instituições de Ensino Superior (IES) a chamada "Política de Cotas para Negros". A medida prevê que universidades admitam pessoas declaradamente negras ou mestiças, mesmo que a nota dessas no processo seletivo seja inferior a de pessoas declaradamente brancas. Ora, criar lei para oficializar um tratamento diferenciado, especial (mesmo que de proteção) sobre uma etnia é, ao meu ver, a discriminação oficial.
Os que me conhecem sabem que defendo um outro viés de fomento à inclusão dos pobres (indiferente da cor da pele) no ensino superior. Exemplo disso seria uma linha de bolsas e incentivos salariais para os docentes, tendo como critério a produtividade do professor do ensino fundamental, baseado em índices de aproveitamento de conteúdos por parte dos alunos e permanência deles na rede de ensino. Mas isso é outra história.
Agora resta saber se os frutos dessa iniciativa, que brota de uma semente de valorização da cultura brasileira, vai gerar frutos que serão degustados por todos, ou se mais uma vez a política excludente vai cavar um buraco para tapar outro. Quando virá a lei que defende uma história responsável e mais abrangente, incluindo aí etnias como a italiana, germânica e japonesa???
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